quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

.Christmas eve.



.imagens retiradas aleatoriamente do Google.


As estrelas ocupam os lugares na fila da frente. A lua espreita em cada janela da casa. A noite acabou de chegar. Fria, como sempre. A casa aquece. De calor humano, do calor que emana da lenha que vai sendo consumida na lareira. Inunda-se de cor. De vermelho, de verde, de dourado e prateado. Enche-se de luz. Das velas que ardem sem cessar. Do pisca-pisca que se mantém a tradição inalterável. Afoga-se em cheiros. Doces, salgados, picantes. A porta da rua abre e fecha sem parar. As pessoas vão chegando e trazem consigo aquele sorriso que é melhor que qualquer presente. Deixam-se acompanhar pela vontade de ajudar. Todos querem fazer tudo. E tudo se vai fazendo. Pouco a pouco, porque nesta noite não há pressas. As crianças viram a casa do avesso. Preparam tudo para a visita do velho senhor de barbas brancas. Dão asas à imaginação e magicam engenhos mirabolantes para provar aos graúdos que as prendas chegam de trenó. Alguns olham curiosos para a lareira. Escolhem a meia maior para lá prenderem. Outros, esborracham o nariz na janela gelada e colam os olhos lá fora, na ânsia de ouvir um ténue guizo. A mesa vai ficando composta. A toalha de época, os guardanapos a combinar. O serviço de louça especial para a ocasião. Os copos alinhados e os talheres a brilhar. O arranjo florido enaltece o centro da mesa. Acendem-se mais velas. Alguém, lá ao fundo na cozinha, diz que já está tudo pronto. Sentam-se todos na mesa. Os mais pequenitos lutam pelos lugares preferidos. A televisão foi substituída pela velha grafonola da avó que encanta com as melodias celestiais, como se de coros angelicais se tratasse. Escolhe-se o bacalhau. As batatas. Rega-se tudo com azeite e boa disposição. Come-se. Fala-se. Bebe-se. Ri-se. Convive-se. Vem a sobremesa. Todos adoçam a boca e o coração. É um desfile de doces e docinhos que vai passando pela mesa. Prova-se deste. Elogia-se aquele. E o tempo vai passando. As crianças inquietam-se. Está a chegar a hora. Chamam pelos pais. Estão nervosos. Ansiosos. Excitados. O brilho no olhar intensifica-se. No meio da algazarra, o mais pequenino – qual anjo caído – olha-me bem no fundo dos olhos. Num misto de alegria e confusão. Segreda-me ao ouvido que ouviu. Ouviu o guizo do Pai-Natal e diz que ele está a chegar. Treme de felicidade. Batem à porta. Vou com ele abrir. Não é ninguém. Desilude-se. Voltam a bater. Novamente sem ninguém. Atormenta-se. Quando regressamos à sala, as meias e os sapatos à volta da lareira estão a abarrotar. Há presentes de todas as cores. De todos os tamanhos. Com laços grandes e pequenos. Sacos e saquinhos. Estavam à nossa espera para começar a distribuição. Ele larga-me a mão. Corre para a cozinha onde deixou uma pequena merenda para aquela visita tão ansiada. Olha para o copo de leite. Meio vazio. Olha para o prato das bolachas. Quase todas comidas. Salta-me para o colo. Dá-me um sufocante abraço enquanto me presenteia com uma gargalhada. Está feliz. Muito. A sua ilusão perdura. Mais um ano. Entrega-se à onda de papel de embrulho que vai surgindo na sala. Desfruta de mais um natal naquela harmonia infantil que tanta inveja provoca àqueles que há muito deixaram de esperar pelas renas. É mais um natal que passa. Em família, como tantos outros. É mais um. Para aproveitar. Para depois recordar. E guardar sempre, sempre, esta magia no coração.


A todos, um óptimo Natal. 

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

#1. Um prompt por dia.

Nota prévia: Após uma busca incessante pela internet, relativamente a desafios de 30 dias, conclui que vai tudo dar ao mesmo. Os prompts repetem-se imenso e não faz sentido estar sempre a dizer a mesma coisa. Por assim ser, pelo menos para já, vou tentar responder a um prompt por dia, sem seguir qualquer tipo de lista previamente estabelecida. Só assim consigo evitar as já referidas repetições.

#1. Animal favorito.

O cão. Pela fidelidade, docilidade e companheirismo. Pela dedicação, pelo amor e pelo carinho. O meu, pelo menos, é assim. Sem dúvida que torna os dias melhores, sem dúvida que torna o tempo menos solitário. 

E aqui está ele, o meu Google, em modo natalício.

.'simply having a wonderful christmas time'.





domingo, 30 de novembro de 2014

. desafio dos 30 dias. #30

#30. Rotina diária.


Tal como pode ser lido aqui, não tenho uma rotina diária propriamente instituída. O desemprego leva a isso mesmo, não tenho necessidade de cumprir horários para absolutamente nada. 

Apesar disso, os meus dias não deixam de ser bastante rotineiros. Não vou detalhar, porque já está feito no post #3 e não vale a pena ser (mais) redundante.

Já facilmente se percebeu aquilo que eu faço ao longo das várias horas do dia. 

A única excepção é a minha nova ocupação. Decorações de natal. É com isto que tenho ocupado grande parte dos meus dias. Descobri que, afinal, até me desenrasco minimamente com uma agulha ;) Apesar das (bastantes) imperfeições, gosto. Porque são meus e ninguém tem igual!

.'do they know it's christmas time at all?'.



E assim termina o PRIMEIRO DESAFIO DOS 30 DIAS. Vou fazer nova pesquisa na internet para descobrir mais prompts, de preferência menos repetitivos. 


sábado, 29 de novembro de 2014

. desafio dos 30 dias. #29

#29. Família.

Como, provavelmente, já deu para perceber ao longo destes dias, eu valorizo imenso a família. Valorizo imenso a instituição família, no verdadeiro sentido da palavra. Com todos os defeitos e todas as virtudes que lhe são inerentes. E, claro, valorizo imenso a minha família.

Tal como em todas, há relações mais próximas e relações menos próximas. Tal como em todas, há momentos de chatices e instantes memoráveis. Tal como em todas, há elementos formidáveis e ovelhas ranhosas.

Mas, de uma forma geral, eu gosto mesmo da minha família.

A minha relação com os meus pais não podia ser melhor. Há uma grande amizade entre nós, respeito, confiança e um apoio incondicional. Há um amor sempre presente, em cada dia e em cada etapa da nossa vida.

Já passamos por momentos bem complicados, nomeadamente ao nível da saúde. Apanhamos uns sustos valentes mas, a verdade, é que, felizmente, tudo passou e nós ficamos ainda mais fortes, ainda mais unidos.

Infelizmente já não tenho os meus avós paternos. O meu avô nem cheguei a conhecer e a minha avó faleceu quando eu ainda tinha cinco anos. Ainda assim, lembro-me bem dela. Lembro-me da casa dela. Da cara dela. Da pele dela. Lembro-me de ser afectuosa e presente, ainda que não morasse ao nosso lado. Lembro-me dos últimos instantes da vida dela e do dia em que faleceu. E, sem qualquer dúvida, é uma pessoa que eu gostava de ter tido durante mais tempo comigo. 

Os meus avós maternos também já têm uma certa idade e, com ela, algumas doenças à mistura. Apesar de sempre ter havido um contacto bastante frequente, a relação nunca foi muito, muito próxima. São feitios. Porém, tenho bem presente na minha memória, os momentos da minha infância partilhados com ar livre da aldeia e a casa cheia pela família, que é bastante grande. 

Entretanto, o lado materno continua a aumentar o número de elementos. São os primos por afinidade que se juntam, são os filhos dos primos que vão nascendo. E, nas raras alturas em que nos conseguimos juntar todos, torna-se a sala pequena para tanto ruído, para tanta conversa.

O lado paterno é bem mais pequeno. Curiosamente, a descendência sempre foi só feminina. Até há cinco anos, altura em que nasceu o pilas da família. Apesar de não estarmos juntos muitas vezes, acabamos por ter uma relação próxima. E é deste lado que entra a minha piolha M. A afilhada do meu coração, na qual invariavelmente me revejo. 

Mantenho, também, algum contacto com familiares mais afastados porque, no final de contas, o que realmente importa são as ligações.

Quando era miúda, chateavam-me os encontros familiares. Sempre os achei uma seca. Apesar disso, sempre gostei de ouvir as estórias que por todos iam sendo contadas, tanto de um lado como do outro. 

Interessa-me aquilo que está para trás de todos nós, aquilo que foi o início das famílias e os detalhes que fazem parte da nossa história

Hoje já faço mais questão de estar com eles. Não com todos, não sejamos hipócritas. 

Mas, sem qualquer dúvida, são um pilar para mim.



sexta-feira, 28 de novembro de 2014

. desafio dos 30 dias. #28

#28. Aquilo que eu quero.

Esta é daquelas questões que todas as pessoas responderão da mesma forma. SER FELIZ.

Tal como referi aqui e aqui, tenho sonhos e objectivos a cumprir que me tornariam uma pessoa mais feliz, pela sensação de realização e concretização.

Ainda assim, o que eu - no mínimo - quero é esta sensação de felicidade que maioritariamente me preenche os dias. Por ter as pessoas de quem gosto à minha volta; por essas pessoas se encontrarem bem. Por ter uma rede de apoio e de aconchego. Isso vale tudo.


.'such is the way of the world/you can never know/just where to put all your faith/and how will it grow
(...) g
onna rise up/turning mistakes into gold'.




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