quinta-feira, 6 de novembro de 2014

. desafio dos 30 dias. #6

#06. Alguém que não mora no mesmo país que eu. 

My pretty little boy, o meu menino dos caracóis de chuva, o H

Eu e ele conhecemo-nos em 2001. Eu e ele estávamos juntos aquando do afamado 11 de setembro desse mesmo ano. Eu e ele tínhamos as mãos dadas enquanto o mundo mudava nesses pequenos instantes. 

.my pretty little boy.
Eu e ele separámo-nos. Eu e ele estivemos, cerca de sete anos, longe um do outro. Eu e ele seguimos as nossas vidas, ainda que nos mantivéssemos num cantinho resguardado do coração do outro.

Eu e ele reencontramo-nos em 2008. E foi aí que surgiu o nós

Nós namorados há mais de seis anos. E moramos juntos há mais de três. A nossa estória de amor dava um filme, daqueles bem lamechas, como o amor deve ser. Já vivemos muito e continuamos a viver. Já sentimos muito e cada vez mais o sentimos. Já choramos muito e já rimos ainda mais. Já demos as mãos vezes sem conta e temos sempre o ombro disposto a amparar a cabeça do outro. Temos palavras que não terminam e temos silêncios que gritam bem alto. Temos um brilho que cresce quando os olhares se cruzam e temos um sorriso que se rasga quando com o outro é partilhado. Temos coisas só nossas, instantes que nos são muito. Temos um baú repleto de memórias que trazem a lágrima ao canto do olho quando são visitados. Temos projectos que nos mostram um futuro mais risonho, um futuro a dois, à distância de uma pestana.

Nós somos felizes, mas podíamos ser mais. Bastava não haver uns quantos países entre nós. Bastava a vida não ter sido traiçoeira e o nosso país valorizar mais os jovens profissionais que tem. Isso seria o suficiente. Porque, se assim fosse, o H. continuaria a morar aqui, na nossa casa. Diariamente e não só ao fim-de-semana, uma ou duas vezes por mês. Se assim fosse, não estávamos separados por dias infernais. Se assim fosse, continuaríamos a ter as nossas rotinas que de tão nossas que são, são óptimas. Continuaríamos a ter a companhia um do outro ao jantar e não apenas através de um monitor, com quilómetros a nos separar. Continuaríamos a ter um abraço fechado para terminar o dia e um bom dia, alegria a começar um novo.

Nós estamos, então, fisicamente separados. Eu continuo cá, no nosso cantinho à beira mar plantado. E ele está lá, no país de sua majestade

Mas, ainda assim, hoje e sempre, estamos juntos. Um com o outro, um pelo outro

Sem comentários :

Enviar um comentário

.design personalizado por diana alves ©.