Confesso que sou bastante saudosista, portanto são várias as coisas de que sinto falta. Ainda assim, considero ter um bom presente, que me faz olhar para o passado com um sorriso nos lábios. Tenho um grande baú a abarrotar de memórias e isso deixa-me, de facto, orgulhosa daquilo que fui fazendo, daquilo que fui conseguindo, daquilo que fui vivendo.
Acho inevitável não se sentir falta daquele tempo em que as responsabilidades se resumiam a estudar e tirar boas notas. Em que havia sempre disponibilidade e companhia para brincadeiras. Em que tudo era tão simples e a maior dor de cabeça eram os testes/exames.
Sinto falta daquele tempo em que achamos que os amigos são para a vida, porque é com eles que dividimos segredos inconfessáveis e que eles tão bem guardam.
Daquele tempo em que havia a minha mãe para me acordar e preparar o pequeno-almoço. Havia o meu pai para me ir levar à escola.
Daquele tempo em que as horas vagas eram passadas a deambular pelos corredores da biblioteca municipal e a chatear a bibliotecária.
Daquele tempo em que o fim-de-semana nem sempre sabia bem por ser sinónimo de afastamento dos amigos.
Daquele tempo em que as saídas à noite começaram a ser conquistadas e entrava em casa com pezinhos de lã.
Daquele tempo em que pousava a cabeça no ombro do meu pai, enquanto via televisão, e acabava por adormecer.
Daquele tempo em que, pela mão da minha mãe, as horas passavam a voar.
Daquele tempo em que era pequenina e me escondia do mundo debaixo da cama. Daquele tempo em que era adolescente e achava que ia mudar o mundo.
Mas, sinceramente, penso que isso é tão, mas tão saudável. Porque eu sei que tive uma infância extremamente feliz. Porque eu sei que tive uma adolescência totalmente plena. E é por isso que hoje, adulta, olho para trás e sorrio, com o coração apertadinho de nostalgia.
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| .'(...) and even though you want to, just try to never grow up'. |

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