Como, provavelmente, já deu para perceber ao longo destes dias, eu valorizo imenso a família. Valorizo imenso a instituição família, no verdadeiro sentido da palavra. Com todos os defeitos e todas as virtudes que lhe são inerentes. E, claro, valorizo imenso a minha família.
Tal como em todas, há relações mais próximas e relações menos próximas. Tal como em todas, há momentos de chatices e instantes memoráveis. Tal como em todas, há elementos formidáveis e ovelhas ranhosas.
Mas, de uma forma geral, eu gosto mesmo da minha família.
A minha relação com os meus pais não podia ser melhor. Há uma grande amizade entre nós, respeito, confiança e um apoio incondicional. Há um amor sempre presente, em cada dia e em cada etapa da nossa vida.
Já passamos por momentos bem complicados, nomeadamente ao nível da saúde. Apanhamos uns sustos valentes mas, a verdade, é que, felizmente, tudo passou e nós ficamos ainda mais fortes, ainda mais unidos.
Infelizmente já não tenho os meus avós paternos. O meu avô nem cheguei a conhecer e a minha avó faleceu quando eu ainda tinha cinco anos. Ainda assim, lembro-me bem dela. Lembro-me da casa dela. Da cara dela. Da pele dela. Lembro-me de ser afectuosa e presente, ainda que não morasse ao nosso lado. Lembro-me dos últimos instantes da vida dela e do dia em que faleceu. E, sem qualquer dúvida, é uma pessoa que eu gostava de ter tido durante mais tempo comigo.
Os meus avós maternos também já têm uma certa idade e, com ela, algumas doenças à mistura. Apesar de sempre ter havido um contacto bastante frequente, a relação nunca foi muito, muito próxima. São feitios. Porém, tenho bem presente na minha memória, os momentos da minha infância partilhados com ar livre da aldeia e a casa cheia pela família, que é bastante grande.
Entretanto, o lado materno continua a aumentar o número de elementos. São os primos por afinidade que se juntam, são os filhos dos primos que vão nascendo. E, nas raras alturas em que nos conseguimos juntar todos, torna-se a sala pequena para tanto ruído, para tanta conversa.
O lado paterno é bem mais pequeno. Curiosamente, a descendência sempre foi só feminina. Até há cinco anos, altura em que nasceu o pilas da família. Apesar de não estarmos juntos muitas vezes, acabamos por ter uma relação próxima. E é deste lado que entra a minha piolha M. A afilhada do meu coração, na qual invariavelmente me revejo.
Mantenho, também, algum contacto com familiares mais afastados porque, no final de contas, o que realmente importa são as ligações.
Quando era miúda, chateavam-me os encontros familiares. Sempre os achei uma seca. Apesar disso, sempre gostei de ouvir as estórias que por todos iam sendo contadas, tanto de um lado como do outro.
Interessa-me aquilo que está para trás de todos nós, aquilo que foi o início das famílias e os detalhes que fazem parte da nossa história.
Hoje já faço mais questão de estar com eles. Não com todos, não sejamos hipócritas.
Mas, sem qualquer dúvida, são um pilar para mim.
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