domingo, 2 de novembro de 2014

. desafio de 30 dias. #2

#02. Algo que eu gostasse de conseguir nos próximos 12 meses.


Tal como já referi anteriormente, tenho um Mestrado em Psicologia, na área do Comportamento Desviante e da Justiça.

É uma área que me cativa desde o primeiro instante e, por assim ser, gostava imenso de continuar a trabalhar no mesmo contexto.

.a minha área de trabalho.
imagem retirada do site www.cnpcjr.pt
Em Abril de 2014 fiquei desempregada após quase cinco anos de trabalho árduo, na área da Protecção de Menores. É irónico, uma vez que sempre disse que não queria trabalhar com crianças... Ainda assim, foi com uma tristeza imensa que me despedi dos meus miúdos e dos meus adolescentes complicados

Desta forma, e como a vida de desempregada não é realmente nada fácil - por todos os motivos e mais alguns - o que eu gostava mesmo, MESMO era de voltar a trabalhar. 

E há tanta, mas tanta coisa que precisa de ser feita... 

Não é um trabalho fácil. As cabeçadas são muitas. As dificuldades também. Temos, muitas vezes, que ser uma espécie de bombeiros, para apagar os fogos que vão surgindo, já que a quantidade de trabalho é enorme. Ainda assim, basta um caso de sucesso para tudo se tornar recompensador. Vemos de tudo, de tudo mesmo. A nível social, a nível económico, a nível pessoal... Lida-se com coisas que, por vezes, pensamos que não existem tão perto de cada um de nós. Encontram-se óptimas pessoas. E encontram-se pessoas que, simplesmente, não se compreende como conseguem dizer e/ou fazer determinadas coisas. É aí que reside a dificuldade do trabalho. Ter a capacidade de nos abstrairmos de nós e dos nossos princípios e valores, procurar incutir coisas boas nos outros e, em conjunto, procurar soluções para melhorar o dia-a-dia dos miúdos

Foram muitos aqueles que me passaram pelas mãos. Maioritariamente adolescentes. Adolescentes delinquentes. Adolescentes que não iam às aulas. Adolescentes com consumos de estupefacientes. Adolescentes desacreditados no presente e incapazes de acreditar no futuro. Adolescentes perdidos

Hoje, olho para eles e consigo sorrir com a memória de cada um bem presente em mim. Porque tenho a certeza, no mais ínfimo de mim, que - de alguma forma - contribui para a vida deles. 

É esta saudade e esta ânsia de tanto querer fazer por eles que me faz dizer que, efectivamente, nos próximos 12 meses o que eu realmente quero é voltar a trabalhar

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